Semifinalistas do “Sou Algodão”
11 / Novembro / 2021
Dois alunos de Design de Moda da UnP estão na semifinal do concurso nacional “Sou de Algodão”, maior evento de moda autoral brasileira. Priscyane Xavier e Gabriel Sousa estão concorrendo com mais 18 estudantes para chegarem a final, onde restarão só dez participantes. O resultado da penúltima eliminatória saíra no dia 24 de Dezembro deste ano, enquanto a decisão está marcada para Maio de 2022, na cidade de São Paulo.
O concurso tem como princípio – além de dar visibilidade para novos talentos Brasil a fora -, enaltecer a matéria-prima do algodão como produto base para o confecção de novas peças. Para isso, os participantes devem desenvolver uma coleção com tecidos a base da fibra macia, majoritariamente. Ao final do processo, os looks devem conter no mínimo 70% do material.
A região da Amazônia, localidade que vem sofrendo demais nos últimos anos com o desmatamento e extinção de espécies de animais, foi a inspiração da Priscyane para produzir sua coleção. “Sempre amei a natureza e os animais, então decidi mostrar como ela é bela, o quão importante é esse bioma e as vidas nele existentes. Decidi trazer isso de uma forma bem exuberante nas vestimentas, que foi direcionada a alta costura”, comenta a estudante.
Já o Gabriel, quis trazer a ideia do fauvismo para sua coleção. O movimento que nasceu no início do século XX, na França, respira o conceito da liberdade criativa de um artista, onde muitos deles não se apoiavam nas normas impostas para elaborar seus projetos, agora tendo uma nova cara por assim dizer. Dito isso, ele comenta mais sobre essa escolha: “Eu procuro sempre me apoiar no máximo de liberdade que eu possa ter. Desenvolver esse trabalho foi um pouco mais demorado pra mim porquê eu já teria que criar essas peças pensando em uma matéria prima bastante específica, que é o algodão. Então dentro disso, a partir das minhas referências e meus gostos, me deparei com o fauvismo e busquei me apoiar nos elementos mais marcantes desse movimento por meio das cores puras, fortes e sobrepostas, o descompromisso com o real e as formas despretensiosas que as obras possuíam”.
Além disso, ele cita também que buscou juntar todos esses elementos para criar uma coleção sem gênero, que busca ser vibrante e desprendida do que comumente é posto como “sem gênero” na moda.
EXPECTATIVAS
Priscyane se diz bem otimista em relação ao evento. Para ela, só em ter chegado até esta fase, já é motivo de vitória. “É um evento muito importante, principalmente para nós que estamos começando no mercado. É uma oportunidade única de mostrar o nosso trabalho, então eu dei o meu melhor e espero que dê tudo certo”.
Indo numa linha mais cautelosa, Gabriel diz preferir geralmente não colocar muitas expectativas sobre si mesmo, mas inevitavelmente fazer planos e idealizações faz parte do processo. “Estou pensando no melhor, mas vou jogar para o universo e deixar tudo se ajeitar da melhor forma. Minha parte está feita e agora não está mais em minhas mãos, pensar assim ajuda a controlar a ansiedade”, finaliza.